Às vezes a casa parecia vazia. As pontuações humanas e suas medianas conquistas se tornavam pinturas roubadas da própria sorte, devolvidas sem pedidos de perdão.
Não se lembrava de nada. As pessoas tão presentes e queridas pareciam agora passear ao longe no quintal, e o silêncio dentro da casca sussurrava os ecos de suas vozes chamando por ela.
Não só perdera a voz, mas a vontade de falar. A ausência de som se confundia com a incapacidade de ouvir qualquer coisa.
Seus sonhos dormiam e os pensamentos se afiavam nas coisas mortais.
Seria assim a morte?
No sonho do sonho, porém, a esperança, a voz clara, a fagulha ...da festa que poderia ser.
*Inspirada pela solidão da Lara (Simone), descrevo a minha solidão hoje.
Um comentário:
Contar até dez: crer e ver, na solidão, alguma poesia ter.
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