11.01.2010

Solidão


Às vezes a casa parecia vazia. As pontuações humanas e suas medianas conquistas se tornavam pinturas roubadas da própria sorte, devolvidas sem pedidos de perdão.

Não se lembrava de nada. As pessoas tão presentes e queridas pareciam agora passear ao longe no quintal, e o silêncio dentro da casca sussurrava os ecos de suas vozes chamando por ela.

Não só perdera a voz, mas a vontade de falar. A ausência de som se confundia com a incapacidade de ouvir qualquer coisa.

Seus sonhos dormiam e os pensamentos se afiavam nas coisas mortais.

Seria assim a morte?

No sonho do sonho, porém, a esperança, a voz clara, a fagulha ...da festa que poderia ser.


*Inspirada pela solidão da Lara (Simone), descrevo a minha solidão hoje.

Um comentário:

Guilherme disse...

Contar até dez: crer e ver, na solidão, alguma poesia ter.