11.24.2006

Sobre o que é realmente a felicidade.


Ser feliz é um esforço cotidiano, não uma dádiva gratuita. Pode parecer uma afirmação simples, mas acabei de me dar conta disso quase como se fosse uma epifania.

Você acorda cedo, mata uma aula importante duas semanas antes de uma prova que bem poderia mudar a sua vida, seus olhos estão inflamados e você provavelmente contaminou o seu pai.
A maldita unha do pé continua ainda mais dolorida depois que você foi à especialista em desencravar, e se não bastasse, o seu humor está daqueles de bater em velhinhas mexeriqueiras no meio da rua, coisa que você, como pretensa pessoa politicamente correta não faz, o que te deixa ainda pior.
Ok, acordando num dia assim você pensa que a vida é uma droga mas que você deve reagir. Liga a TV, que depois do seu blog tem sido a sua melhor companheira. Pensa em assistir algo legal, divertido e acaba parando em um documentário sobre um terrível ataque terrorista numa escola infantil em Beslan na Rússia, um verdadeiro massacre, que se não matou (e matou muitas pessoas) marcou crianças professores e pais. Três dias de terror. O documentário se baseia nos relatos das crianças sobreviventes, relatos verdadeiramente cruéis, vibrantes e surpreendentes.
Você percebe nos olhos das imagens desses pequenos adultos (ninguém nega que uma experiência dessas possa envelhecer alguém mais 100 anos), tanta dor e ao mesmo tempo tanta esperança e ternura que é como se uma bomba caísse também no seu cotidiano mesquinho.
Histórias como essas, que afrontam a dignidade e a vida de seres humanos, muitas vezes mais frágeis do que nós, ocorrem pelo mundo inteiro inclusive aqui no Brasil.

Você pode me perguntar agora: E o que isso tem a ver?
O fato é que algumas vezes nos acostumamos tanto com esse universo cômodo, que passamos a nos preocupar demais com coisas corriqueiras e mesquinhas e deixamos de dar atenção a coisas graves perdendo a nossa capacidade da agir em favor delas.

Não digo para você ser o tipo de pessoa que se conforma com o que é ruim porque o que é pior existe, mas, aquele que busca na vivência humana uma atitude mais comprometida com a vida, uma atitude verdadeiramente de bem (isso pelo jeito ta fora de moda) que entenda a felicidade não como um processo da ignorância mas como um sentimento maduro que enxerga a beleza no bem e luta contra o sofrimento .
A vida é um dom maravilhoso. E mesmo que individualidade nos acompanhe do nascimento à morte, devemos deixar nesse planeta a nossa marca de união, sabedoria, graça e felicidade, apesar de tudo!

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