E agora, à medida de um pulo baixo ele insistia em permanecer cego e surdo. Ela não podia imaginar que seria assim, pois apenas queria adequar-se aos seus pares, todas aquelas pessoas que interagiam tão bem entre si. Tentava se confortar com suas justificativas rasas.
Porém, nunca lhe agradou a ideia de ser um zumbi, mesmo agora quando já era um à muito tempo. E sentia, logo abaixo dos pés frios, a sua presença retirada de si. Continuava sem saber se o seu espírito simplesmente a ignorava inconsciente disso tudo ou se a torturava por escondê-lo à força.
Seu rosto de zumbi no espelho não expressava o descontentamento, racionalizava cada mínimo pensamento tolo procurando leva-la até o fim do caminho de uma maneira confortável onde ao final já estaria completamente decomposta.
E ela esforçava-se para estender a mão no poço logo abaixo, mas tomava-se de terror ao imaginar a fúria do seu próprio espírito...por tantos anos silenciado.
4 comentários:
Agora estou meio apertado no trampo, mas depois lerei seu texto com calma para comentar. =D
Pensei num comentário sobre introspecção, desabafos e a validade dos sentimentos antes que se tornem nocivos. Mas deixei de lado porque achei esse texto simplesmente pessoal demais para estragar com 'lighthearted' bobagens.
Tem que ter muita coragem para se expor assim na web. Eu não sei se tenho.
Para o espírito
O mérito
De um eu lírico
Machucado pelo empírico
Mas buscando a calma
Que faz toda alma
Dançar na palma
Da mão
Se não
Melhor preparar a munição
Zumbis há em profusão
E quem não quis
Tem de saber o que diz
Podes escapar por um triz
Se tiver destreza
Se mergulhar nas profundezas
Pois até mesmo na escuridão
Pode haver clareza
Pois não é condição
Água rasa
É só uma casa
Onde não cabe o botão
Do teu peito em brasa...
Ah.. esqueci.. você tudo pode minha amiga.. afinal eu escrevo, mas uma vez escrito, o comentário é todo seu...
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