9.20.2006

A leveza insustentável (do ser?)



Sarah,

Meu corpo flutuando avisa
A alma rente ao chão geme pesada
Louca, você diria: tresloucada
Mas ninguém te ouviria.

Aqui de cima donde as horas param
Tudo parece tão mais pesado
A fluidez corre veloz ao chão
Como chumbo derretido e abrasador.

O concreto é leve e não suporta
As dores desse fardo carregado
O espírito que tem peso de Deus imortal
Na carne leve que apodrece.

Palavras voam como pipas desvairadas
Encarceradas pelas linhas de emoção
E a fragilidade das sedas ao vento
Rasga-se pela crueldade logo abaixo.

A miséria da carne é ainda mais leve
Que a pobreza de um espírito ofuscado,
O corpo agora descansado avisa
Mas ninguém o pode ouvir.

Lara 20,09,2006

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