7.29.2008

Gestação (Viagem total)



Se bem me lembro das antigas aulas de Química (ou será Física?), latência é aquele período que se inicia desde que algo começou a se transformar até que finalmente se conclua (ok, não levem muito a sério esse conceito, nunca fui boa nessas matérias).
É assim que me sinto nesses dias, em uma espécie de latência silenciosa, quase entediante, se não fosse o prelúdio de coisas maravilhosas que estão por vir.

Creio que a essa latência seja necessária para todos. Para uns é rápida e natural (pessoas "paternas" talvez?). Para outros é como um parto; longo, dolorido e possivelmente recompensador.

Não sei se feliz ou infelizmente, eu sou dessas pessoas que sofre um parto para cada etapa de sua vida. Digo infeliz, porque dói, como dói. Enquanto o mundo parece evoluir rapidamente, minha vida parece estar em uma pré-ebulição eterna. Estou sempre esperando (leia-se: lutando por) alguma coisa e quando encontro, logo outra espera se inicia.

Mas não pense que eu gostaria de ser dessas pessoas que passam por tudo com facilidade. Para esses não há tanta dor, mas as vitórias podem não passar de troféus empoeirados, se não houver cuidado.

Ser uma pessoa “materna”, é saborear cada momento de êxito como se saboreia um vinho bem maturado, um momento inexplicável de prazer e orgulho depois da imensa dor, que as pessoas paternas, sem a dor, não são capazes de sentir. No entanto, sem cuidado, uma pessoa assim pode acabar caindo em um sistema de contra produção fortíssima, focada somente na gestação e na dor, se esquecendo de que, bem ou mal, resultados são necessários.

Uma gestação, um parto, exigem a presença de um filho para serem felizes(ou não???).

No final das contas, independente de como você seja, "paterno" ou "materno" (sim, estou generalizando hoje), você perde algo quando ganha, e ganha algo quando perde. Assim, a vida e suas ebulições vão tangenciando algum belíssimo e indefinido sentido.

Porque cada um vê o mundo um pouco da forma como quer e um pouco da forma como pode.

(Ok, fiquei mesmo sem conclusão para essa viagem, parei, desculpe se você leu até aqui rs).

5 comentários:

Anônimo disse...

Sei naum viu ainda nao me convenceu haiuhiuahiuahhai =)

Anônimo disse...

Ah, sou extremamente "materna", sofro por antecipação e luto pelo que quero com garra, determinação e muito esforço.
As dores são muitas, as perdas acontecem, mas o resultado final é sempre maravilhoso.
Ver que passou por tantas coisas da uma sensação maravilhosa.
Adorei teu blog! E voltarei, viu?
Pode esperar, que verá muitos comentários meus aqui.
Beijão!

Sujeito Oculto disse...

Desventuras, de novo?

Salve Jorge disse...

Se é tudo um parto
Façamos um trato
Mudemos a perspectiva do ato
Que toda gestação
Tanto é o berço da criação
Quanto o princípio de uma transformação
Isso é fato
Materno ou paterno
Além do terno
Tem a arte de ser verão
Contra o avanço do inverno...

Estava Perdida no Mar disse...

Acho q vc acertou assim o conceito de latência. Mas nem pela física ou pela química...aprendi este conceito pela filosofia. É exatamente isso, uma gestação. A formação e a espera de algo que está por vir. Imagino a ansiedade...as expectativas. Tenta só respirar...e acalmar. Geralmente, a latência garante mesmo q algo está por vir, desde q não interfiramos no ciclo natural dessa chegada.
Beijos